quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Plenitude acentuada

Processos poéticos...


     A provocação imagética é sim uma intrínseca maneira de aprendizagem. Dificilmente nego uma oportunidade de conhecer e decodificar experimentações de outras linguagens artísticas, entendo que enxergar e participar do processo de criação de outro(as) artistas contribui para minha concretização linguística. Pois sei que neles haverão inquietações as quais ainda não tinha descobrido.
     A pintura digital acima - Mecanicidade orgânica como título interpretativo - é resultado de  uma leitura/interpretação visual de registros fotográficos de um processo de experimentação cênico. Esse trabalho é desenvolvido pela artista-professora Erica Bianco Bearlz (UFG) que vem aprofundando um estudo de preparação poética corporal com alunos, artistas e pesquisadores. 
     Me envolvi prazerosamente nessa construção com a intenção de problematizar, também, a minha forma de produzir. A provocação estava posta, não haviam regras pra os artistas envolvidos, bastava que se sentissem confiantes em apresentar seu trabalhos. Foram várias fotos analisadas, muitas interpretações ocorreram, algumas insuficientes esteticamente, mas boa parte bem esquematizadas. 
     Tecnicamente as linhas, cores e formas foram ponto chave. De imediato esses elementos satisfizeram a necessidade visual que tive, mas acima de tudo a composição triangular (da própria foto selecionada) cuminol na experiência estética final.
     

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Minhas linguagens de mundo

LACUNAS DO MEU ESPAÇO-TEMPO: SAGA CINZA
     Os quadrinhos aqui surgem, acima de tudo, com uma necessidade de compartilhamento. Cada um é projetado a fim de expor a representação que faço das ações e experiências da vida. São histórias fechadas, cada quadro respeita sua atmosfera e evita influenciar os demais, logo não há sequência entre elas apenas lacunas existenciais preenchidas pelo tempo e o espaço. O processo de construção desses “relatos visuais” demanda competência e um fluxo criativo desacelerado, deixando os quadrinhos livres de cronogramas e obrigações de entrega/postagem. Assim como não existe uma ordem de leitura, apesar de estarem escaladas na vertical. O publico é totalmente livre pra ler da maneira que mais desejar, ou que se sentir mais confortável. De qualquer forma será sempre bom conversar sobre essas criações com um leitor que apareça por aí, já que não pretendo escrever sobre cada uma. Eu lhe convido a pensar a vida através do meu olhar...

Boas experiências estéticas!

ENSEJO
PRIMAZIA
EVOLVIDO
ÂMAGO
LEGADOS
RETIFICADO
ANTELAÇÃO
TEMERIDADE
SENTENÇA
REMINISCÊNCIA
INTERNALIZAÇÃO

O poder da referência

Estudos e referências
"CIRCUITO NÃO INTEGRADO"





     Essas imagens são resultados de pesquisas e estudos digitais para a HQ "Circuito não integrado". O projeto ainda está em desenvolvimento, por isso não estarão aqui detalhes descritivos da trama.
      Buscar referências para representar a realidade é um dos meus principais conceitos dentro do processo de criação. Costumo observar a natureza das formas pra tentar entender o seu dinamismo com o espaço. Mesmo que eu queira representar algo surrealista procuro antes de tudo observar seu comportamento natural. São o caso desses estudos acima, todos pensados em ambientes ficcionais, mas carregando referências da realidade. O estudo de cristais (imagem 01) é o melhor exemplo, a ideia é criar um cenário gigantesco composto por estruturas cristalinas. Para chegar nessa concepção procurei estudar o comportamento real dos cristais, mais especificamente dos cristais de Quartzo. Primeiro eu faço uma pintura de observação, em seguida crio uma nova pintura apenas com menções visuais ao que aprendi, e depois traduzo para a minha concepção visual. Esse método se repete nas demais, cada uma específica ao seu propósito.
      Com certeza essa maneira de criação me enriquece, pois além de aprofundar minhas técnicas digitais, também fortalece minha memória visual para futuros projetos artísticos. 

A chegada do futuro

E ASSIM POR DIANTE
[Re] apresentados










       Quase três anos depois retomei meu contato com o universo dos Quadrinhos e com a técnica da pintura digital.
      O tempo perpetuou, as práticas com a técnica digital ficaram um pouco repousadas, dediquei minha pesquisa visual à desenhos de observação, fotografias e esboços de momentos lúdicos, tudo o que tinha deixado de vivenciar por muito tempo.
      Agora faço parte de um coletivo de quadrinistas chamado Estação 9, um grupo de artistas que (finalmente) se reuniu para discutir e produzir histórias em quadrinhos. E como primeira ação decidimos construir e publicar nosso primeiro fanzine coletivo, ao qual estaria sendo apresentado inicialmente ao nosso curso de Artes Visuais. Resolvemos deixar a temática dessa publicação livre aos artistas, pois ainda estávamos em fase de aprendizagem grupal. Foi então que vi a oportunidade de dar continuidade a HQ-trônica "E assim por diante". Sabia que um dia poderia expandir o trabalho para novos suportes e melhores qualidades técnicas. Esse futuro chegou e  já ficou marcado!
      Essa "nova versão" da HQ sofreu muita influência das informações visuais que fui tendo ao longo do tempo. Filmes e outros quadrinhos me despertaram para o conceito imagético do trabalho. Consequentemente a qualidade técnica digital também evoluiu. Na versão anterior me utilizei do mouse como ferramenta para colorir e pintar os quadros, na época ele serviu suficientemente, mas agora trabalho com uma messa digitalizadora que além de potencializar o suporte digital, permite um certo carinho técnico que ainda não acontecia.
      Não pretendia modificar completamente a arte do quadrinho, apenas quis intensificar alguns detalhes. Inevitavelmente voltei a pesquisar os mesmos conteúdos de antes, mas também novos que fizessem amadurecer as ideias. Exemplo disso é o momento com as colunas de DNA (imagem 06), a cor roxeada da versão anterior foi opcional, mas logo descobri que ilustradores tendem a representar com tons azulados, pois eles são as opções mais próximas da composição química do ácido. E aqui destaco minha ligação metodológica com a ciência.
      Hoje olho para essas pinturas e me vejo realizado visualmente, a tecnologia chegou e me adequei dela para um fim muito esperado. A partir dessa experiência terei mais comprometimento com os quadrinhos e sem dúvida com o suporte digital.